OEI vetou açaí e outros pratos típicos em Belém por risco sanitário; empresário relata que produto foi ofertado em Dubai

O açaí, símbolo da culinária paraense, não poderá ser comercializado nas áreas oficiais da Conferência do Clima da ONU (COP 30), que acontece em novembro em Belém. A decisão consta no edital da Organização dos Estados Íbero-Americanos (OEI), responsável pela estrutura alimentar do evento.
A medida contrasta com a edição anterior, em Dubai, onde o sorvete de açaí foi permitido e vendido na COP 28. O empresário brasileiro Márcio Saboya, que atua há dez anos no Oriente Médio, contou que foi convidado pela própria organização a oferecer o produto em um dos quiosques oficiais. Na ocasião, o governador Helder Barbalho chegou a experimentar o sorvete.
Cadeia sustentável
Saboya explicou que a colheita do fruto é feita em Igarapé-Miri, com verticalização em Castanhal, no nordeste do Pará. A produção, segundo ele, segue cadeia rastreável e sustentável antes de ser exportada para países do Oriente Médio com certificações internacionais.
Atualmente, o Brasil responde por 90% da produção mundial de açaí. Só o Pará ultrapassa 1,7 milhão de toneladas por ano, conforme dados do governo estadual.
Edital de alimentação
O edital publicado pela OEI abre espaço para 87 estabelecimentos dentro do evento, sendo 50 na Blue Zone (restrita) e 37 na Green Zone (sociedade civil). Os interessados têm até o dia 25 de agosto para apresentar propostas.
No documento, açaí, tucupi e maniçoba foram listados como alimentos de “alto risco de contaminação” e, por isso, proibidos. A lista ainda inclui sucos in natura, maioneses caseiras, bebidas sem nota fiscal, leite cru, doces artesanais sem refrigeração, gelo não industrializado e produtos sem registro sanitário.
Segurança sanitária
Apesar das restrições, o edital determina que até 30% dos cardápios sejam compostos por ingredientes locais ou sazonais, priorizando alimentos orgânicos e sustentáveis.
O engenheiro de alimentos e professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Diego Aires, afirmou que a medida segue protocolos internacionais para grandes eventos. Segundo ele, trata-se de uma “questão de segurança sanitária, não de desvalorização cultural”.
Fonte: Portal MeioNews.
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