Teresina - PI, Segunda Feira, 27 de Outubro de 2025
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Metanol x etanol: qual é a diferença e por que há risco de envenenamento

Substância usada em combustíveis e solventes pode aparecer em bebidas adulteradas. Diferente do etanol, gera ácido fórmico, que envenena células e causa sequelas graves.

Bebidas contaminadas com metanol foram responsáveis pela morte de duas pessoas em São Paulo, uma terceira morte está sendo investigada. — Foto: Reprodução/TV Globo/Fantástico

Mortes registradas após o consumo de bebida alcoólica adulterada em cidades do estado de São Paulo fizeram muita gente se perguntar: afinal, qual a diferença entre etanol e metanol?

Bebidas alcoólicas contêm etanol. Esse é o mesmo álcool encontrado, em concentrações diferentes, em produtos de uso doméstico, combustível e antissépticos.

metanol também é um álcool, com características bem parecidas às do etanol. Ambos são incolores, inflamáveis e têm cheiros semelhantes. Mas a estrutura química deles é diferente, e isso faz com que o metanol seja extremamente impróprio para consumo.

Fórmulas químicas do etanol e metanol

Os dois álcoois possuem as seguintes fórmulas químicas:

  • Etanol: C₂H₆O
  • Metanol: CH₃OH

Enquanto o etanol tem dois átomos de carbono, o metanol possui apenas um. Esse único átomo de carbono faz toda a diferença e transforma o metanol no “álcool do mal” quando ingerido.

Como metanol e etanol são utilizados

Apesar de não ser seguro para consumo humano, o metanol tem diversas aplicações legítimas na indústria.

Ele é usado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), ácido acético, tintas, solventes e plásticos, e está presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.

Também já foi utilizado como combustível em carros de corrida e pequenos motores, mas em condições seguras e controladas.

No Brasil, uma das principais funções do metanol é servir de matéria-prima para a produção de biodiesel, em um processo químico chamado de transesterificação.

Fora disso, ele não deve ser comercializado diretamente para consumo humano ou adicionado em grande escala a combustíveis comuns.

O etanol também é muito versátil, o que lhe permite aplicações diversas de acordo com as variações de concentração.

  • <20% → bebidas leves (vinhos e cervejas).
  • 20% a 50% → bebidas fortes (destilados, licores), cosméticos (perfumes, tônicos).
  • 70% → antissépticos de pele e superfícies.
  • 95% a 99% → combustível, usos laboratoriais e de indústria.

 

Como o metanol e o etanol são metabolizados no corpo

O que torna o metanol tóxico é a maneira que ele é metabolizado, ou decomposto, em nossos corpos.

etanol é metabolizado em um composto químico chamado acetaldeído. O acetaldeído é tóxico, mas é rapidamente convertido em acetato (também conhecido como ácido acético, encontrado no vinagre). Gerar um ácido pode parecer ruim, mas o acetato, na verdade, produz energia e cria moléculas importantes no corpo.

Em contrapartida, o metanol é metabolizado em formaldeído, um produto químico utilizado em colas industriais e para embalsamar cadáveres, por exemplo. E, em seguida, em ácido fórmico – o produto químico presente em algumas picadas de formiga que causa tanta dor.

Ao contrário do acetato, que o corpo utiliza, o ácido fórmico envenena as mitocôndrias, que são as centrais energéticas das células.

Como resultado, uma pessoa exposta ao metanol pode entrar em acidose metabólica grave, que é quando há acúmulo excessivo de ácido no corpo.

O envenenamento por metanol pode causar náuseas, vômitos e dor abdominal. A acidose causa então depressão do sistema nervoso central, o que pode fazer com que as pessoas com envenenamento por metanol fiquem inconscientes e entrem em coma, além de causar danos à retina, levando à perda da visão. Isso ocorre porque as retinas são repletas de mitocôndrias ativas e sensíveis a danos.

 

A morte não é inevitável se apenas uma pequena quantidade de metanol tiver sido consumida, e o tratamento rápido reduzirá significativamente os danos.

No entanto, podem ocorrer danos permanentes à visão mesmo em doses não letais se o tratamento não for administrado rapidamente.

O que envolve o tratamento?

O tratamento consiste principalmente em cuidados de suporte, como intubação e ventilação mecânica para ajudar o paciente a respirar.

Mas também pode envolver medicamentos como o fomepizol (que inibe a geração de ácido fórmico tóxico) e diálise para remover o metanol e seus metabólitos do corpo.

Fonte: Portal G1.
Confira esta e outras matérias na íntegra pelo link: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/09/30/metanol-x-etanol-qual-e-a-diferenca-e-por-que-ha-risco-de-envenenamento.ghtml

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