O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 65 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Sorocaba, no interior de São Paulo. As operações foram realizadas entre os dias 21 e 28 de fevereiro e constataram que os operários, incluindo piauienses, atuavam em condições degradantes em obras da construção civil.
De acordo com a fiscalização do trabalho, os empreiteiros responsáveis pelo recrutamento trouxeram os trabalhadores de quatro estados: Piauí, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso. Sem pagamento e sem alojamento adequado, muitos foram abandonados nas ruas da cidade, sem alimentação e condições mínimas de higiene. Diante da situação, os próprios trabalhadores buscaram auxílio na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego para garantir seus direitos.
O auditor-fiscal do Trabalho e chefe do SEINT de Sorocaba e Região, Ubiratan Vieira, acionou as empresas responsáveis e articulou, junto ao Sindicato da Construção Civil e ao Conselho Sindical, uma reunião para definir a quitação das verbas trabalhistas. O presidente do Conselho Regional Sindical, Joel Miguel da Silva, e o dirigente Pestana, do Sindicato da Construção Civil, participaram das negociações. Alojamentos foram garantidos para os operários que aguardavam passagens para retornar aos seus estados.
O superintendente do MTE em São Paulo, Marcus Alves Mello, destacou que as empresas precisam ter mais rigor na contratação de atravessadores para evitar irregularidades. Além disso, um grupo de 20 trabalhadores registrou denúncia na Delegacia Regional da Polícia Federal de Sorocaba, relatando crimes de estelionato e violações às leis trabalhistas. O chefe da fiscalização do trabalho em Sorocaba, José Urubatan Carvalho Vieira, afirmou que todas as informações serão repassadas às autoridades para responsabilização dos envolvidos.