Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados, nessa quinta-feira (21), apontam que a produção de mel no Piauí saltou de 1.563 toneladas, em 2012, para 8.321 toneladas em 2022, um aumento da ordem de 432% no período.
O levantamento, que se deu a partir de dados da Pesquisa da Pecuária Municipal de 2022, mostra que o Piauí teve a terceira maior produção do país, com um total de 8.321 toneladas de mel. Com essa quantidade, o estado representa 13,7% de toda a produção nacional. O Piauí só fica atrás dos estados do Rio Grande do Sul, cuja produção representa 14,8% do total nacional, e do Paraná, com 14,2%.
A pesquisa apontou ainda que os municípios de São Raimundo Nonato e Picos figuram entre os que têm maior produção de mel no Brasil, em terceiro e sexto lugar respectivamente. São Raimundo Nonato produziu 746 toneladas de mel, enquanto Picos produziu 607 no ano de 2022, segundo a pesquisa.
De acordo com o diretor de Projetos dos Territórios do Semiárido da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), Francisco Ribeiro “Chicão”, a principal característica do mel do Piauí é a diversidade floral. “Enquanto outras regiões do mundo possui mel monoflorais (de uma única florada), como eucalipto, maçã, no Piauí o mel é silvestre e a gente perde o controle sobre as floradas, o que faz com que ele seja multiflora. Então, a gente comercializa dizendo que é mel de marmeleiro, mas é de marmeleiro, canelinha e várias outras plantas nativas. E a principal característica do mel, é que tem aroma e sabor diferenciados. Como a maioria dele é cor âmbar, cor de mel, tem um visual bonito para o mercado interno e principalmente externo, daí esse pulo nosso na exportação”, frisa o diretor.
Outra informação relevante é que a maior parte da produção de mel no Piauí é oriunda da agricultura familiar, cerca de 93%.
E boa parte do mel produzido no Piauí é direcionada para a exportação e que um dos principais atrativos é que mais 90% tem a certificação de produto orgânico.
“O mercado internacional adquire no Piauí para fazer ‘blend’, ou seja, misturar com outros méis, mas o consumo na mesa vem ganhando força pela sua qualidade. Hoje estamos em 90% do nosso mel com certificação orgânica do IBD, que é o Instituto Biodinâmico de Botucatu, a certificadora de maior credibilidade para orgânico”, cita.
Segundo o diretor da SAF, o investimento estatal foi fundamental para a chegada deste resultado. “Muito disso é graças ao apoio do governo. São vários fatores que fazem com que isso tenha sido alcançado, mas é importante citar o trabalho do Governo do Estado, por meio da SAF, e do governo federal, por meio da Codevasf, com a distribuição de material apícola, construção de casa de mel, dentre outros”, finaliza.