A Polícia Civil do Piauí (PC-PI) prendeu nesta terça-feira (25) quatro empresários suspeitos de aplicar golpes na cidade de Parnaíba. O grupo, alvo da Operação Contemplatus, usava uma empresa para vender falsos consórcios na cidade. Pelo menos 30 pessoas foram lesadas pelos estelionatários, acumulando um prejuízo que ultrapassa os R$ 200 mil.
De acordo com o delegado Abimael Silva, os suspeitos criaram uma empresa em 2019 e ofereciam diversos serviços bancários como investimentos e consórcios para compra de automóveis e imóveis. O esquema baseava-se na cobrança de uma entrada, que facilitaria e daria mais agilidade para a contemplação no grupo de consórcio ao qual o cliente iria entrar.
“Eles abriram uma empresa, a LS Investimentos, e atraiam o cliente dizendo que queriam oferecer com bastante agilidade, que as pessoas seriam contempladas rapidamente e elas precisavam dar só uma entrada. Só que essa entrada, que girava em torno de 9% a 12% do valor do bem que o cliente estava procurando, era revertido completamente para os donos da empresa e supervisores de venda”, explicou a autoridade policial.
Após diversas vítimas procurarem o 1° Distrito Policial (1° DP) da cidade para denunciar o golpe, os investigadores descobriram que o grupo usava outras duas empresas falsas, que não tinham autorização do Banco Central para fazer a administração do consórcio.
“Conseguimos identificar duas empresas falsas de consórcio, que a Mafra Administradora de Consórcio e a Otimiza Administradora de consorcios. Eles faziam falsos contratos de consórcio e quando o cliente não recebia o bem ou a contemplação com o prazo que eles davam, eles diziam que haviam feito um consórcio e precisavam esperar o final do grupo para receber o dinheiro de volta, só que na verdade o dinheiro não voltava, ficava com eles”, destacou o delegado.
A expectativa da PC-PI é que outras vítimas compareçam ao 1° DP após a operação. “Acredito que com o trabalho de investigação a gente consiga identificar outras pessoas que talvez acreditem hoje em dia que estão pagando um consórcio mas que não é um consórcio”, finalizou Abimael Silva.
A operação foi comandada pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), com o apoio da Delegacia Especializada no Combate à Facções Criminosas, Homicídios e Tráfico (DFHT), do 1° DP, da Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública e da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (Feisp).
Por meio de nota, a direção da LS Investimentos negou que seja responsável por qualquer prática criminosa e está tomando todas as medidas cabíveis para o caso. A empresa afirma possuir as devidas certidões na Receita Federal e Estadual e é representante de uma administradora de consórcios autorizada pelo Bacen.
“A empresa vem realizando sonhos de famílias parnaibanas, e sempre trabalha priorizando a honestidade, que vai além da simples moral e legalidade inserida em todos os seus contratos dos mais variados tipos de consórcios”, comunica a nota.
Fonte: cidadeverde