homem identificado como Luís Pereira dos Santos, 53 anos, mais conhecido como “Falso Profeta”, foi preso nesta quinta-feira (01) no município de Cocal de Telha (PI), após um cumprimento de mandado de prisão feito pela Polícia Civil de Piripiri (PI) com o apoio da Polícia Militar de Campo Maior (PI) em seu terreno de 32 hectares chamado de “Terra Prometida”, onde havia cerca de 80 fiéis.
A prisão deve-se denúncias feitas no Ministério Público que o acusa de crimes como estelionato, exploração sexual e outros crimes que estão sendo investigados.
Segundo informações obtidas pelo EmFoco, o suspeito foi preso e conduzido para a Delegacia de Piripiri (PI) por volta das 6hrs da manhã e não apresentou nenhum tipo de reação. Com ele foram apreendidos materiais eletrônicos e quantias em dinheiro que serão investigados.
AS DENÚNCIAS
O Ministério Público do Piauí (MP-PI) instaurou, no dia 3 de junho de 2021, um procedimento administrativo para apurar novas denúncias contra Luís Pereira dos Santos, de 52 anos, o “Profeta” que apontou o fim do mundo em 2012. Na época, o homem morava em Teresina. O caso gerou grande repercussão.
Dentre as novas denúncias que pesam contra o “profeta”, uma aponta que ele estaria mantendo 23 crianças em regime de escravidão e situação precária, em uma localidade criada por ele, chama “Terra Prometida”, na região da localidade Pau D’arco, zona rural de Cocal de Telha.
Para a abertura do procedimento, o MP-PI, considerou as denúncias feitas ao Conselho Tutelar do município de Cocal de Telha, que além de manter crianças em situação precária, diz que o “profeta”, determina com quem as pessoas que moram no local podem ou não se casar. E ainda que, as mães não podem escolher os nomes dos filhos e que as pessoas vivem sob constante ameaça e em estado de escravidão.
Uma ex-moradora da “Terra Prometida”, Cléudia Ribeiro, é uma das pessoas que acusam Luís de praticar os possíveis crimes apontados. “A minha experiência não foi tão agradável, eu estava lá por nove anos, porque acreditava que estava no caminho certo, no caminho de Deus. Eu achava estranho porque nós não podíamos visitar a nossa família, só quando ele (profeta), deixava”, disse a mulher.
Segundo Cléudia, Luís “usa as pessoas para trabalhar para ele, ele não assina carteira. Não temos direito a nada. Meu marido trabalhava para ele, saiu com uma mão na frente e outra atrás.
O Ministério Público estadual expediu ofício à Polícia Civil em Capitão de Campos, responsável pela região, para que informasse sobre a apuração de crimes na “Terra Prometida”, a delegada Kamila Martins afirmou que não há investigação em andamento.
“Recebemos um relatório do Conselho Tutelar de Cocal de Telha sobre os fatos envolvendo, mas pelo que foi obtido de informação, inclusive mediante ordem de missão expedida aos agentes de polícia de Capitão de Campos, para averiguar a situação, não foi verificado delitos, até então”, disse.