De janeiro até setembro deste ano, foram registrados 4.461 boletins de ocorrência nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) no Piauí. Os dados são do Boletim Integrado de Mulheres em situação de violência no Piauí, elaborado pelo Laboratório de Estudos da Violência contra a Mulher no Piauí (Elas Vivas Lab) e divulgado nessa segunda-feira (21.nov).
A maior quantidade de registros é referente ao crime de injúria contra a mulher. Confira abaixo:
Nos últimos quatro anos, entre 2019 e 2021, a maioria dos boletins de ocorrência foram registrados nas DEAMs de Teresina. Neste ano, a maior parte dos registros de crimes contra a mulher ocorreu no interior do estado.
Morte violenta x feminicídio
Entre 2015 e 2022, foram registrados, no Piauí, 470 mortes violentas contra mulheres. Deste total, 219 foram feminicídios.
A maioria das vítimas de Mortes Violentas Intencionais (MVI) – homicídio, feminicídio, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte, estupro seguido de morte e entre outros – eram jovens entre 15 e 34 anos (48,75%), enquanto no feminicídio, as vítimas possuíam entre 25 e 44 anos (52,33%).
A maioria das mulheres assassinadas são negras. Vale ressaltar que, no estado, 79% das pessoas se autodeclaram pretas ou pardas, ou seja, negras. Confira:
Os dados do Elas Vivas Lab mostram que, no Piauí, as mulheres negras e jovens são assassinadas com mais frequência.
No último ano, entre janeiro de 2021 e junho de 2022, mulheres negras de 15 a 29 anos somaram 43,4% das vítimas de mortes violentas intencionais contra mulheres, e, no feminicídio, as mulheres negras de 30 a 44 anos alcançaram 47,72%.
Fonte: G1/PI