Com uma alta demanda por diagnósticos de dengue no estado e o estoque limitado de reagentes para a realização dos exames, o Laboratório Central do Estado do Piauí (Lacen-PI) está priorizando a análise das amostras coletadas em pacientes hospitalizados com sintomas graves, gestantes ou óbitos supostamente causados pela doença.
“Esses são os exames feitos com prioridade, mas precisamos saber se essa pessoa, ao entrar no hospital, estava no início dos sintomas, porque alguns exames só detectam nesta fase da doença. Criamos esses critérios para não fazer em todo mundo e acabar faltando para quem realmente precisa”, disse Walterlene Carvalho, diretora da unidade, ao Cidadeverde.com.
O Piauí enfrenta uma explosão de casos de dengue desde o começo do ano. Atualmente existem duas mortes pela doença já confirmadas, e outras cinco ainda aguardando resultados dos exames laboratoriais. É o caso da idosa Balbina Maria Rodrigues, de 75 anos, que teria sido vítima de dengue hemorrágica em Picos, no último domingo (25).
Após a morte da paciente, que estava internada no Hospital Regional Justino Luz, uma amostra de sangue foi encaminhada ao Lacen-PI, no entanto, o coordenador de Vigilância Epidemiológica do município, Robsonclay Viana revelou que o resultado do exame demoraria até pelo menos meados de maio, por conta da falta de reagentes no laboratório.
“Enviamos uma amostra de sangue que tinha armazenada em Picos para análise. O Lacen-PI está sem reagente e por esse motivo a previsão para divulgação do resultado é meados de maio”, disse o coordenador ao CidadeVerde.com/Picos.
Questionada sobre a situação, a diretora do Lacen-PI explicou que eventuais demora na divulgação dos resultados dependem da disponibilidade de insumos laboratoriais, que são fornecidos ao estado pelo Ministério da Saúde.
“A demora só depende da questão dos kits chegarem ao Lacen-PI. Estamos recebendo, mas a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta bastante a questão dos insumos que chegam ao Brasil, uma vez que alguns reagentes são importados”, argumentou Walterlene Carvalho.
Foto: Estadão Conteúdo