Economista alerta para quais medidas práticas tomar e se reorganizar financeiramente para a chegada do próximo ano
Brasileiros possuem alto nível de endividamento | Foto: Cecília Bastos/USP ImagensPara começar o ano financeiramente estável, é preciso que haja um planejamento prévio para não cair em um endividamento que pode minar o controle financeiro. Principalmente quando as dívidas acumuladas são motivadas por gastos extras com datas comemorativas, como o Natal e o Réveillon.
Todo início de ano, entre janeiro e fevereiro, é marcado por despesas prioritárias para os brasileiros, como material escolar, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), seguros ou reajustes no pagamento de planos de saúde e outros serviços anuais.
Por isso, o MeioNews contatou a economista, Elinne Val, para dar dicas práticas aos consumidores que desejam começar o ano com o pé direito.
PLANEJAMENTO PRÉVIO
As festas de fim de ano acabam gerando despesas que fogem do comum. A especialista afirma que o segredo é o planejamento para não entrar no ano com sufoco.
“É importante frisar que exige planejamento, especialmente num contexto atual de alto endividamento e também das elevadas despesas da população adulta. Então é muito importante que, nesse planejamento, a pessoa consiga se antecipar para criar um orçamento realista, a fim de evitar ficar no vermelho e, assim, conseguir passar por essa fase de celebrações sem comprometer 2026”, apontou.
A especialista também reforça que o início do ano costuma vir acompanhado de despesas que pesam no orçamento. “Lembrando que os primeiros meses do ano, fevereiro e janeiro, tendem a ser meses bem pesados financeiramente por conta dos compromissos, por exemplo, com a escola, para quem tem filho em idade escolar, matrícula, material, etc.”, concluiu.
Como se organizar?
- É importante que os gastos estejam dentro do orçamento da família para que não haja nenhuma situação de risco;
- Usar aplicativos ou planilhas para rastrear e registrar as entradas e saídas, as receitas e as despesas;
- Utilizar o 13º para gastos extras, se houver espaço para isso, e mapear o orçamento.
DÉBITO OU CRÉDITO: QUAL A MELHOR OPÇÃO?
Na hora de pagar as compras, uma dúvida muito comum é qual opção é mais vantajosa: débito ou crédito? A resposta é simples e, de acordo com a economista, a realidade financeira de cada família é o que determina a escolha correta.
“Isso realmente vai depender muito de cada família, de cada perfil e de cada contexto financeiro em que cada um está inserido. Em geral, quando a gente pensa em pessoas que já têm uma vida financeira comprometida, o crédito é algo a ser evitado, para que não haja, por exemplo, um mau uso do cartão de crédito”, explicou.
Ela reforça que o cartão de crédito não deve ser visto como uma extensão da renda: “O cartão de crédito, embora tenha algumas vantagens e incentivos, como promoções, juros e milhas, é importante que ele seja bem utilizado para que não seja um fator de risco na gestão financeira”, disse a especialista.
ENDIVIDAMENTO DOS BRASILEIROS

Movimentação de pessoas na Rua do Catete – Foto: Hermes de Paula/ O Globo
O endividamento do brasileiro está em níveis recordes, com quase 80% das famílias com dívidas, impulsionado por juros altos, consumo pós-pandemia e fatores como apostas online, resultando em alta inadimplência e preocupação no comércio. Atualmente, mais de 79 milhões de pessoas estão negativadas, com dívidas que consomem parte significativa da renda, afetando o bem-estar e forçando cortes de gastos.
“No caso do brasileiro como um todo, a gente tem como uma espécie de normalização do endividamento. Precisamos ter um olhar mais rígido sobre essas decisões para que elas sejam realmente tomadas de maneira mais inteligente. Um ponto importante é que a gente tem um dos juros mais altos do mundo. Então, a nossa dívida tem um custo muito mais alto do que quando a gente compara com outros lugares do mundo”, alertou Elinne.
E QUEM JÁ ESTÁ ENDIVIDADO?
Para quem já está endividado a solução é a organização financeira – Foto: Reprodução
Para aqueles que já possuem um alto nível de endividamento e contas acumuladas, algumas providências devem ser tomadas para sair do saldo negativado:
- O primeiro passo é listar todas as dívidas e entender o quanto você deve;
- Adiar a negociação é algo que pode ser muito nocivo para a saúde financeira, ou seja, é preciso negociar com os credores;
- Organizar o orçamento para que seja possível, de fato, quitar as dívidas e se reorganizar financeiramente;
- Avaliar gastos que podem ser otimizados, cortados ou reduzidos;
Fonte: Portal MeioNews.
Confira esta e outras matérias na íntegra pelo link: https://www.meionews.com/noticias/economia/ipva-iptu-e-material-escolar-como-organizar-as-financas-e-fugir-do-vermelho-no-inicio-do-ano-550105
