Teresina - PI, Segunda Feira, 27 de Outubro de 2025
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Cientistas buscam no mar respostas sobre o adoecimento do planeta

Identificar as consequências da poluição, do aquecimento global entre outros impactos ambientais, assim como apontar soluções com base científica, está no centro das atividades do programa “Florestas Marinhas para Sempre”, proposta lançada  esta semana em Fernando de Noronha (PE).

As algas, recifes de corais e a vida marinha em geral, por um lado são responsáveis pelo planeta que herdamos, mas por outro são altamente atingidos pela irresponsabilidade humana, nos mais variados ataques ambientais que fazemos ao Planeta. Para termos uma ideia, os recifes de corais estão passando por eventos de branqueamento sem precedentes, assim como muitas algas estão cozinhando dentro do mar, com o aquecimento e acidificação das águas.

Isso tudo traz consequências não só à vida marinha, mas também a nós, humanos. Pois os oceanos são responsáveis, por exemplo, por captar boa parte do carbono, e filtrar a poluição. No entanto, a carga está indo além da capacidade de absorção dos mares.

Nos estudos realizados durante esta semana em Fernando de Noronha, os pesquisadores registraram algas e invertebrados coloridos, no local chamado Laje Dois Irmãos, que é habitado por peixes das mais distintas formas e cores. Os chamados sistemas recifais biogênicos, fazem parte dos estudos de oceanografia e ficologia (estudo das algas marinhas), realizados pelos cientistas.

Espécies invasoras

“Apesar de ter sido encontrada uma comunidade diversa e saudável, é preocupante o aumento da abundância da espécie invasora conhecida como Peixe Leão, que pode afetar o equilíbrio dessa natureza vibrante”, destaca o professor Carlos Ferreira, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Já na Praia do Sueste, local com ocorrência frequente de tartarugas e  tubarões, os pesquisadores estudaram também as pradarias marinhas ou bancos de gramas marinhas. Essa parte da pesquisa vai gerar dados para o doutorado do Ecólogo, Carlos Peixoto Dias, que também fez registros do manguezal único que temos no local. Devido a presença constante dos tubarões, em especial da espécie Tigre, os estudos tiveram apoio da equipe local do ICMbio, que acompanhou os pesquisadores e fez monitoramento prévio utilizando drone, para então autorizar os mergulhos.

“Nestes locais temos vários ecossistemas marinhos que chamamos de Florestas Marinhas, todos reunidos em um único lugar, e todos interdependentes e vulneráveis. Estudamos então o sistema todo do ponto de vista dos impactos antrópicos, ou seja, causados por seres humanos”, afirma o professor PHD, Paulo Horta, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Territórios e Maritórios

“Enquanto fazíamos essas caracterizações todas, embaixo d’água, uma das nossas colegas, a professora Mariana Bender, esteve com pescadores e participou da reunião do Conselho da Unidade de Conservação. Ou seja, a equipe representada esteve o dia inteiro em trabalho de campo, tentando promover esse que é um dos ambientes das ‘Florestas Marinhas para Sempre’. Um programa multilateral onde todas as instituições trabalham de forma articulada, para a promoção de territórios e maritórios mais resilientes, com adaptação, e mitigação de todas as ameaças relacionadas à crise climática, e a poluição”, destaca o professor Paulo Horta.

A intenção do grupo é que essas ações sirvam de exemplo para motivar outras regiões do Brasil, e do mundo, à implementar um programa como esse, que é o Florestas Marinhas para Sempre.

Ilhas oceânicas brasileiras

O grupo representa o instituto Coral Vivo, e também o PELD ILOC (Programa Ecológico de Longa Duração nas ilhas oceânicas), coordenado pelo professor Carlos Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, que conta com uma rede de cientistas brasileiros de várias universidades e organizações que atuam na pesquisa da biodiversidade marinha das quatro ilhas oceânicas brasileiras. Os pesquisadores trabalham e monitoram a vida marinha ao redor do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha e do Arquipélago de Trindade e Martin Vaz desde 2013.

 

Fonte: Portal CidadeVerde.
Confira esta e outras matérias na íntegra pelo link: https://cidadeverde.com/noticias/442320/cientistas-buscam-no-mar-respostas-sobre-o-adoecimento-do-planeta

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