A última campanha de vacinação contra a febre aftosa alcançou recorde em número de animais imunizados no Piauí. Os resultados foram apresentados, nesta quarta-feira (29), durante entrevista coletiva na sede da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada). Ao todo, foram 2.043.128 bovinos e bubalinos registrados na última etapa, com o maior número de animais vacinados, 1.982.107, correspondente a 97,01% do rebanho piauiense e está acima da meta estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que é de 90%.
“Realizamos uma campanha atípica em virtude da portaria do Mapa que desde o dia 2 de maio reconheceu o Piauí como zona livre da doença sem vacinação. Tivemos que realizar a imunização um mês antes, ou seja, em abril, e ainda sem poder prorrogar o prazo, como sempre ocorreu nos anos anteriores. Podemos afirmar que esse resultado é um sucesso”, destacou o secretário da Defesa Agropecuária, Fábio Abreu.
O levantamento da Adapi ainda aponta que 210 municípios atingiram a meta de imunização, sendo que 95 deles conseguiram imunizar 100% do rebanho. “Tivemos um envolvimento engajado de nossos servidores que trabalharam para garantir os bons índices e claro que também devemos lembrar do engajamento dos produtores”, afirmou o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi), João Rodrigues.
Vírus da aftosa não circula mais no Piauí
Durante a campanha, a Adapi realizou a vigilância sorológica, que é um estudo soroepidemiológico para verificar a ausência de circulação do vírus da febre aftosa no território piauiense. No período de 24 dias o estudo foi concluído e comprovado que no estado não existe a circulação viral.
“A sorologia é um estudo que envolve coleta de soro sanguíneo de bovinos, inspeção clínica dos animais, análise, acompanhamento em propriedades rurais e outros procedimentos estratégicos com o objetivo de expandir as áreas livres sem vacinação no território nacional. Por meio da sorologia, é possível comprovar ao Mapa que no Piauí não há risco de transmissão viral da doença”, explica Simone Lima, coordenadora estadual do Programa de Vigilância para a Febre Aftosa.
Reconhecimento internacional
Após estar entre os primeiros estados do Nordeste a se tornar zona livre da aftosa sem vacinação, o Piauí tem a meta de obter o reconhecimento internacional junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 2025. Para isso, o Estado terá que realizar ações continuadas de vigilância e fiscalização.
“Já cumprimos critérios essenciais como histórico de bons índices de vacinação, depois suspensão da vacinação e agora nosso foco é dar continuidade e reforçar a atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO) para atender qualquer caso suspeito, intensificar nossas barreiras sanitárias impedindo o ingresso de animais vindos de estados que ainda vacinam contra a aftosa, além de fomentar mais campanhas educativas de saúde animal”, disse o gerente de Defesa Animal da Adapi, Idílio Moura.
Fábio Abreu reforça ainda que os avanços do Piauí na saúde animal são desafios impostos na atual gestão com foco no desenvolvimento da pecuária. “Em apenas um ano tivemos um aumento de 7% no nosso rebanho, quase 150 mil animais, mostrando que esse é um setor que cresce gerando emprego e renda. Então, garantir um rebanho saudável é abrir novos mercados e atrair investimentos e agroindústrias como abatedouros, frigoríficos e matadouros, melhorando a qualidade de vida do homem no campo. Essa é uma exigência do governador Rafael Fonteles”, afirmou o gestor.
Fonte: Portal A10+