A produção de grãos no Brasil deverá aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a um total de 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,7% ao ano. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos.
Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, da Universidade de Brasília (UnB).
Na região formada pelos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba, a produção de grãos deverá passar de 31,8 milhões em 2021/2022 para 40,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, em uma área plantada de, 10,3 milhões de hectares em 2031/32.
Segundo Rafael Maschio, executivo da Aprosoja, a estimativa é de crescimento na produção de grãos em cerca de 26,5% em 10 anos (MATOPIBA).
“Pelo histórico dos últimos anos do Piauí, nossa projeção é que deveremos crescer mais, algo em torno de 5% ao ano nesse período; especialmente a soja, que representa mais de 50% da safra de grãos do Estado e tem crescido, em média, acima de 7% nos últimos anos. Mas, evidentemente, isso dependerá de como se comportará a viabilidade econômica da produção nos próximos anos”, explica.
Segundo Rafael, os principais desafios para produção no Piauí ainda são a infraestrutura básica (estradas, principalmente) e à segurança jurídica (direito à propriedade privada, tributação, etc.).
De janeiro a outubro deste ano, o Piauí exportou US$ 1,433,8 bilhão, que corresponde a cerca de R$ 7,66 bilhões. No mesmo período, o estado importou US$ 189,6 milhões e teve saldo positivo de US$ 1.244,2, o que equivale a R$ 6.652.861,82.
“O Piauí chegou à marca histórica de US$ 1.096 bilhão exportado (2022) graças a soja, com variação de 71,4%”, afirma Rafael, explicando que a participação da soja na exportação do Piauí chega a 76% e no balanço comercial, o milho já é o segundo produto mais exportado pelo Piauí.
Entre os principais mercados exportadores estão a China, Espanha e Estados Unidos.
Área de produção
Segundo o estudo, o mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. O estudo aponta uma tendência de crescimento com ganhos de produtividade, já que a área de grãos deve aumentar 17% entre 2021/22 e 2031/32, passando de 74,3 milhões de hectares em 2021/22 para 86,9 milhões de hectares em 2031/32, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,6%.
As projeções de grãos referem-se aos 16 produtos pesquisados mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), como parte de seus levantamentos de safra (Algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, gergelim, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale). Nesta atualização das projeções, o mês de setembro da safra 2021/2022 foi tomado como base para o início da série projetada.
Produção de carnes
A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá passar de 28,4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas no final da próxima década, com um aumento de 23%. O maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango, 25,6%, carne suína, 29,1% e carne bovina, 14,9%.
Segundo o estudo, esses percentuais podem ser ainda maiores, tendo em vista o aumento da procura por proteína animal. Deverá ser realizado um esforço de crescimento que consiste em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento no setor, aponta o relatório.
Exportações
As exportações de carne suína devem crescer 38,9% na próxima década, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Carne bovina e de frango também devem crescer, respectivamente 34,1% e 26,2%.
Nos grãos, o destaque das exportações é a soja em grão, com previsão de crescimento de 48,9%, chegando a 114,9 milhões de toneladas. Algodão em pluma e celulose também devem ganhar espaço no mercado externo, com crescimento de 38,6¨e 32,8% nas exportações.
Mercado interno é muito relevante
Apesar de ser um grande exportador de vários produtos, o mercado interno continua sendo muito relevante. Na produção de carnes, cerca de 70% fica no mercado interno e, na produção de grãos, por volta de 60% fica internamente. O relatório sugere que o país deve aproveitar suas vantagens comparativa em carnes e frutas.
Regiões
O estado do Mato Grosso deve liderar a expansão da produção de milho na próxima década. A produção deve passar de 41,6 milhões de toneladas na safra 2021/2022, para 56,9 milhões em 2031/2032. Na soja, destacam-se como líderes de expansão da produção os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul.
*As informações são do Meio Norte