Carlos Roberto Lopes é apontado pelo relator como mais um dos operadores dos esquemas de fraude em aposentadorias.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS prendeu o presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, no começo da madrugada desta terça-feira (30).
Lopes depôs na CPMI nesta segunda-feira (29), em uma sessão que durou cerca de 9h. Esta é a segunda prisão dada pela comissão. Na semana passada, o ex-diretor financeiro de empresas do Careca do INSS, Rubens Oliveira, também foi detido.
Lopes foi preso acusado de mentir durante seu depoimento à comissão. Ele foi convocado como testemunha e não apresentou habeas corpus preventivo que o protegesse de falar com a comissão ou de ser preso.
O pedido de prisão foi dado pelo presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), após os membros da CPMI solicitarem por cinco vezes para que o presidente da associação fosse preso.
“Durante essa sessão, ficou constatado que o decorrente omitiu informações deliberadamente, entrou em contradição em várias delas e, ao ser questionado novamente pelo relator e por membros desta comissão, manteve as afirmações. Essas contradições configuram mentira deliberada e ocultação de informações com intuito de prejudicar as investigações dessa comissão”, disse Viana em fala final.
Na terça-feira (30), Lopes pagou fiança e foi liberado. O valor não foi divulgado.
O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), apontou Lopes como um dos articuladores da fraude que desviou recursos de aposentados e pensionistas. A PF identificou um esquema bilionário de fraudes no INSS, com associações cadastrando pessoas com assinaturas falsas para descontar mensalidades dos benefícios.
O relator comparou Lopes a Maurício Camisotti, também investigado no esquema.
